25 de setembro: São Cléofas, Santa Aurélia e Santa Neomísia

São Cléofas

Seu nome, no hebraico antigo, também pode ser Alfeu. Segundo os historiadores, a vida de Cléofas sempre esteve muito ligada à de Jesus. Primeiramente, porque se entende que ele seja pai de Tiago (o Menor), de Simão e Judas Tadeu, todos primos do Senhor. Maria, esposa de Cléofas e mãe de todos eles, no evangelho de João, é identificada como irmã de Maria Santíssima. Ele, por sua vez, seria irmão de São José e, portanto, tio de Jesus.

São Cléofas era tio de Jesus e irmão de São José.

Além do parentesco com Jesus, Cléofas também conseguiu a graça de ver Cristo ressuscitado. Quando voltava para Emaús, depois das celebrações pascais, na companhia de mais um discípulo, encontrou na estrada um homem a quem ofereceu hospitalidade. Cléofas e o discípulo estavam frustrados, assim como os outros apóstolos, naquela hora de provação, após a morte do Senhor.

Foi então que o desconhecido fez penetrar a luz da Boa-nova, explicando-lhes as Escrituras e aceitando o convite para ficar, pois a noite estava para cair. Só no momento em que o estranho homem repartiu o pão, perceberam se tratar de Jesus ressuscitado, pois o gesto foi idêntico ao da última ceia.

Cléofas foi perseguido por seus conterrâneos por causa de sua fé inabalável em Jesus. Segundo São Jerônimo, grande doutor da Igreja, o martírio de São Cléofas aconteceu pelas mãos dos judeus, que o detestavam por sua inconveniente pregação cristã. Já no século IV, a casa de Cléofas havia sido transformada em uma igreja. A Igreja Católica confirmou seu martírio pela fé no Cristo e inseriu no calendário litúrgico o seu nome, no dia 25 de setembro, para ser celebrado por todo o mundo cristão.

Santa Aurélia e Santa Neomísia

Aurélia nasceu na Ásia Menor, no Oriente e era muito unida à sua irmã Neomisia. Elas costumavam procurar pobres e doentes pelas ruas para fazer-lhes caridade. E assim fizeram durante toda a adolescência, mantendo-se muito piedosas e fervorosas cristãs. Aurélia sempre dizia à irmã que, ao atingirem a idade suficiente, iriam visitar todos os lugares sagrados da Palestina, em uma longa peregrinação.

Aurélia e Neomísia eram irmãs e nasceram na Ásia Menor.

De fato, Aurélia e Neomísia foram para a Terra Santa e viram onde Jesus nasceu e viveu. Depois, fizeram todo o trajeto percorrido por ele até o monte Calvário, onde foi crucificado e morreu para salvar-nos. Aurélia, envolvida pela religiosidade da região e com o sentimento da fé reforçado, decidiu continuar a peregrinação até Roma. Assim, visitaria o célebre santuário da cristandade do Ocidente, sempre acompanhada pela irmã.

Elas não sabiam que os sarracenos muçulmanos estavam invadindo várias regiões italianas e que, avançando, já tinham atacado e devastado a Calábria e a Lucânia. Quando chegaram a Roma, as duas foram surpreendidas, na via Latina, por um grupo de invasores, que as identificaram como cristãs. Ambas foram agredidas e chicoteadas até quase a morte. Mas um fortíssimo temporal dispersou os perseguidores, que abandonaram o local. Por isso as duas foram libertadas e puderam seguir com sua viagem.

Mas, estando muito feridas, resolveram estabelecer-se na pequena Macerata, situada aos pés de uma colina muito perto da cidade de Anagni. Lá, elas retomaram a vida de caridade, oração e penitência, sempre auxiliando e socorrendo os pobres, velhos e doentes. Aurélia também tinha os dons da cura e da profecia. Assim, a fama de santidade das duas irmãs cristãs difundiu-se entre a população. Diz a tradição que Aurélia salvou os fiéis da paróquia daquela diocese. Foi num domingo de chuva, ela correu para avisar o padre que parasse a missa, pois iria cair um raio sobre a igreja. O padre, inspirado pelo Espírito Santo, ouviu seu conselho e os fiéis já estavam a salvo quando o incidente aconteceu.

Aurélia e a irmã adoeceram e morreram no mesmo dia, 25 de setembro, de um ano não registrado. Os seus corpos foram sepultados na igreja de Macerata. Mais tarde, o bispo daquela diocese, aproveitando a visita do Papa Leão IX à cidade, preparou uma cerimônia solene para trasladar as relíquias das duas irmãs para a catedral de Anagni. Outra festa foi preparada quando a reconstrução da catedral terminou. Então, as relíquias de Aurélia e Neomísia foram colocadas na cripta de São Magno, logo abaixo do altar dedicado a ele.

O culto a santa Aurélia é um dos mais propagados e antigos da tradição romana. Ao longo dos séculos, Aurélia deu nome a gerações inteiras de cristãs, que passaram a festejar a santa de seu onomástico como protetora pessoal. De modo que a festa de santa Aurélia, no dia 25 de setembro, foi introduzida no calendário litúrgico da Igreja pela própria diocese de Anagni. O único texto que registrou essa tradição faz parte do Cod. Chigiano C.VIII. 235, escrito no início do século XIV. Somente em 1903 o culto obteve a confirmação canônica. Assim, as urnas contendo as relíquias das irmãs são expostas aos devotos e peregrinos durante a celebração litúrgica. Contudo há um fato curioso que ocorre nesta tradição desde o seu início. É que a maioria dos devotos só lembra que é o dia da festa de Santa Aurélia e, apenas a ela agradecem pela intercessão nas graças alcançadas.

Fonte: Edições Paulinas

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