ÍNDICE

PREFÁCIO

Queridos irmãos e irmãs!

 

Seguidores do Carisma da Caridade vivido e ensinado por São Luís Guanella, que no dia de sua ordenação sacerdotal sentiu seu coração arder de amor por Jesus Cristo, o salvador de todos, amor que ele mesmo expressou no desejo de tornar a caridade o coração do mundo, vimos convidá-los a fazer a experiência desse amor e anunciá-lo.

Foi com essa motivação de perceber a necessidade de ter uma novena com conteúdo atualizado para bem preparar a Festa do seu Padroeiro, São Luís Guanella, que foi pensado e organizado este livreto. Apresentamos esta novena de orações, temas para cada dia, ladainhas e cânticos para melhor celebrar.

Que este instrumento ajude as comunidades a bem louvar e agradecer a Deus, inspirando a colocar a vida nas mãos de Deus Pai Providente e Misericordioso, como fazia e dizia São Luís Guanella: “Confiar sempre, desanimar nunca”.

Ir. Zulmira Izidoro de Assis

Filhas de Santa Maria da Providência

APRESENTAÇÃO

São Luís Guanella viveu intensamente. Tinha um coração sensível ao sofrimento das pessoas e se interessava por elas, percebendo suas necessidades mesmo quando não tinham coragem de expressá-las. Acolhia com benevolência a pessoa desprovida de apoio e colocava na sua casa, na sua cama. Padre Guanella olhou com amor aqueles que “não tinham ninguém” (cf Jo 5, 7).

Viveu o amor, foi um apóstolo da caridade, achegando-se aos mais pequeninos com seu jeito simples de dar o “pão e Senhor”, isto é, atender às necessidades físicas e prover as necessidades afetivas e espirituais da pessoa necessitada.

São Luís Guanella, um homem cujo coração foi capaz de viver a benevolência, a ternura, a pedagogia do coração, orientando a todos para o Pai.

Agradecemos à Irmã Zulmira, que preparou esta novena, para que a cada dia possamos nos encontrar com os valores que nortearam, sustentaram e fortaleceram nosso querido Fundador em sua caminhada terrena.

Que cada pessoa que participa desta novena possa se encontrar com o amor e a misericórdia do Coração do Pai, que animou o Padre Guanella em sua vida de total dedicação aos pobres! A Mãe da Providência nos capacite a amar a Deus e aos irmãos, como nos ensinou Jesus Cristo!

Porto Alegre, 9 de junho de 2019

Irmã Maria Eni Massani

Filhas de Santa Maria da Providência

HISTÓRIA

São Luís Guanella nasceu em Frascício Campodolcino (Sondrio), no dia 19 de dezembro de 1842, tendo como pais Lourenço e Maria Bianchi. Fez seus estudos no colégio Gallio e no seminário diocesano de Como, onde, no dia 26 de maio de 1866, ordenou-se sacerdote.

Com Dom Bosco

Seguindo o impulso interior, solicitado por sinais divinos e levado pelo desejo  de socorrer os  pequenos e infelizes, procurou o seu caminho ao lado de Dom Bosco, que o acolheu e, durante os três anos de convivência mútua (1875 a 1878), ficou-lhe muito afeiçoado, esperando mesmo tê-lo como um dos seus.

A Espera

Chamado novamente à diocese, voltou a trabalhar com confiança e esperança, a fim de que, como costumava dizer, ressoasse a hora da misericórdia de Deus para iniciar aquelas obras de caridade, ás quais sentia atração inata e vocação divina. Forte na fé, esperou a sua hora.

Fundador

Tendo sido enviado a Pianello Lario, em nome da obediência, para suceder ao Padre Carlos Coppini, recolheu a herança deste: um pequeno grupo de almas consagradas, formadas para a piedade e o sacrifício. Numa noite de abril de 1886, após uma longa viagem, chegavam a Como, sendo recebidas pelo grande coração de São Luís Guanella, que já havia preparado para elas uma sede na Rua Tomato Grossi.

A Caminho

Aí a obra se consolida ainda entre provas, contrastes e perseguições. O grão torna-se espiga. As casas se multiplicam. As duas congregações fundadas por ele – as Filhas de Santa Maria da Providência e os Servos da Caridade – ajudam-no a estender a assistência e promoção aos necessitados.

A  Última Fadiga

Na  cidade de Como, Itália, em 24 de outubro de 1915, encerra sua missão, tornando-se mártir da caridade.

A Glória

Reconhecido o heroísmo das virtudes, foi declarado “Bem-aventurado” pelo Papa Paulo VI, no dia 25 de outubro de 1964 e “Santo” pelo Papa Bento XVI, no dia 23 de outubro de 2011, na Praça de São Pedro, em Roma.

São Luís Guanella definia os horizontes deste mundo com as palavras: “o mundo inteiro é vossa pátria”.

PARA TODOS OS DIAS

ACOLHIDA

ORAÇÃO INICIAL

D – Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

T – Amém!

D – Rezemos ao Espírito Santo:

T – Ó, Espírito Santo, para revelar ao mundo que Deus providencia com cuidados solícitos de Pai aos seus filhos, chamou São Luís Guanella, lhe deu um coração de misericórdia e o enviou para socorrer e evangelizar os pobres. Com vozes interiores e sinais de graça, o guiou no caminho da Providência, que ele percorreu com o dom de toda a sua vida e o fez pai de muitos discípulos. Esta presença divina na nossa história, também reconhecida pela Igreja, alimente em nós o fogo da caridade, nos sustente na esperança e seja manancial de fecundidade para a nossa missão de anunciar a vossa bondade e misericórdia às pessoas do nosso tempo. Por Jesus, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.

ORAÇÃO FINAL

D – Oração a São Luís Guanella:

Ó, São Luís Guanella, apóstolo da caridade, que, no mundo cheio de ódio e de egoísmo, tendes espalhado os tesouros do vosso coração, socorrendo os pobres e os míseros por vós tão amados, obtende-nos da bondade do Senhor conservar e aumentar em nós o amor para com Deus e com o próximo. Alcançai-nos de modo particular as graças que agora vos imploramos e a perseverança final. Amém.

OU PODE-SE REZAR:

Senhor Jesus, Tu que vieste sobre a terra para oferecer a todos o amor do Pai e para ser sustento aos pequeninos e sofredores, agradecemos-te por ter nos dado o teu servo fiel, São Luís Guanella, como sinal do grande amor de Deus. Faze com que o exemplo da sua vida possa resplandecer em todo o mundo, para a glória de Deus Pai e para o auxílio do povo cristão.

Pela sua intercessão, concede-nos a graça que neste momento te pedimos… e faze com que possamos imitar suas virtudes: a ardente piedade para com a Eucaristia, a confiança  serena na Providência, a caridade terna para com os mais pobres e a paixão pastoral pelo teu povo, a fim de que, junto com ele, possamos receber o prêmio da alegria que preparaste para nós na casa do Pai. Amém.

PAI NOSSO…

D – Que a paz de Jesus Cristo esteja sempre com todos nós. T – Amém!

1º DIA - FAMÍLIA

Evangelho: Lc 2, 1-24

MEDITAÇÃO

O momento da apresentação de Jesus no templo, conforme a Lei de Moisés, é mais um sinal do propósito do Filho de Deus de se fazer homem, de estar no meio de nós. Afinal, Jesus nos é apresentado todos os dias. Percebemos os seus sinais? Encontramos sinais de Cristo nas pequenas coisas do cotidiano, na nossa vida conosco mesmo e com os outros? No templo, Maria, José e o Menino encontram Simeão, um homem bom e piedoso, cheio do Espírito Santo, que vive confiante na fé e sereno na constância da espera. E nós, somos como o piedoso Simeão? Acreditamos esperançados e confiantes na revelação do Espírito de que veremos a luz?

Nascimento – Luís Guanella nasceu no dia 19 de dezembro de 1842, em Frascício, na região da Lombardia, uma região montanhosa no norte da Itália, próxima à fronteira com a Suíça. Na madrugada do dia seguinte, seu pai Lourenço leva-o para ser batizado em Campodolcino, centro da região. Crismou com pouco mais de sete anos, pois era costume na época crismar antes da primeira comunhão.

Família – Luís é o nono filho da família Guanella e tinha 12 irmãos que cresciam em ambiente de respeito, trabalho e vivência cristã. Dentre seus irmãos, sempre destacou Catarina, pouco mais velha do que ele, com a qual gostava de brincar: misturavam água e terra e diziam que iriam fazer sopa para os pobres.

Seu pai Lourenço Guanella era um camponês franco e sincero, sólido nas convicções, homem severo e autoritário, mas cheio de afetuosos cuidados para com todos.

Maria Bianchi, sua mãe, era uma mulher simples e sem instrução (o que era comum naquela época), mas rica em sabedoria, delicadeza e sensibilidade. Uma mulher de pulso que muito contribuía para a harmonia daquela família.

Outra pessoa que se destacou na vida de Luís foi seu avô Tomás, homem austero e bom, honesto e de fisionomia positiva. Foi ele quem definiu a norma de vida daquela família: “É preciso fazer tudo com consciência e salvar a alma”. A família era considerada, em Frascíscio, um mini santuário, onde entoavam o Rosário, cantavam Salmos, e seu pai sempre explicava um trecho da Bíblia.

Uma família justamente chamada santa, temente a Deus, obediente às prescrições da Lei, atenta à Palavra do Senhor. Vivia ocultamente e, na aparência, assemelhava-se a tantas outras boas famílias de Nazaré. Mas, nela reinava soberano o amor. São Luís Guanella olhava esta santa família como o modelo para a vida de suas instruções. Dizia que para socorrer os pobres não bastava dar-lhes um teto, um pão e uma roupa. O coração do homem tem necessidade de afeto, de estima, de compreensão e de amor, como o corpo necessita de alimento.

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2º DIA - VOCAÇÃO DE SÃO LUÍS GUANELLA

Evangelho: Lc 9, 57-62 ou Lc 4, 14-21

MEDITAÇÃO

Desde muito cedo, numerosos indícios, premonições e acontecimentos extraordinários iam indicando ao pequeno Luís as vias traçadas para ele pela Providência Divina. O primeiro desses fatos ocorreu tendo ele apenas seis anos de idade, na festa de São João Batista. Encontrava-se na Praça da Matriz de Campodolcino, junto com o tio e o cunhado, quando este último lhe deu de presente um saquinho de deliciosos bombons, justamente na hora de soar o sino para a Missa. Não querendo entrar na igreja com os doces na mão, foi escondê-los em um monte de lenha, onde estariam a salvo da cobiça de outra criança. Nesse momento, ouviu palmas e viu junto à porta da Prefeitura um velhinho que o olhava. Escondeu os bombons com medo. Aquela imagem nunca mais se apagou da sua mente. Ela sempre retornaria “quando encontrar-se com outros velhinhos, suplicando por um pouco de bem e de doçura ao término da vida”.

Outro fato marcante aconteceu no dia de sua Primeira Comunhão, aos nove anos. Por ser Quinta-feira Santa, não houve festa e, regressando à casa, mandaram-no cuidar das ovelhas, como em qualquer dia comum. Ainda tocado pela graça, sentou-se em um dos gramados da colina Motto, semelhante a um sofá, onde costumava descansar enquanto pastoreava o rebanho, e pôs-se a rezar a Nossa Senhora, agradecendo-lhe a graça de haver recebido Jesus em seu coração.

Sentia-se tomado por uma suave doçura que o impelia a fazer generosos bons propósitos. Contudo, a certa altura caiu no sono com seu livrinho de orações nas mãos e foi acordado por uma voz feminina que o chamava pelo nome. Não vendo ninguém ao redor, julgou tratar-se de um sonho.

Retomou a leitura e adormeceu novamente.

Mais uma vez o fato se repetiu. “Eis que vejo uma Senhora estendendo seu braço direito como a indicar alguma coisa. Ela me disse: ‘Quando você for adulto, fará tudo isso em prol dos pobres’. E como num telão, vi tudo o que deveria fazer”.

Depois da Primeira Comunhão, Luís pensa seriamente em ser padre. Padre Gaudêncio Bianchi, seu parente e pároco de Campodolcino, conseguiu uma vaga gratuita para Luís no colégio Gallio, em Como. Aos 12 anos, Luís Guanella entrou para o seminário. Nesses anos de seminário, ele sempre teve estudo, oração, boas companhias, alegria, muitos companheiros de fé, sacrifícios e saudades.

Sua ordenação ocorreu no dia 26 de maio de 1866. “O dia mais lindo da minha vida”, escreveu Guanella a um amigo. Essa ordenação sacerdotal, a primeira missa em Prosto, são ponto de partida para os desígnios de Deus. Naquele tempo, ser padre era algo exigente e difícil, mas Guanella tinha a convicção de que “o sacerdote é grande porque ele é o verdadeiro amigo da humanidade, abrigo para todos os males”. Determinou, então, que seu programa de vida seria rezar e trabalhar para a glória de Deus e pela salvação dos irmãos. “Quero ser uma espada de fogo no ministério santo!”, prometeu Guanella.

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3º DIA - ORAÇÃO, TRABALHO E ESTUDO

Evangelho: Mt 25, 14-30 ou Mt 20, 1-16

TRABALHO – Quando criança, como os demais garotos de sua idade, dividia seu tempo em ajudar os pais nas tarefas próprias do lar (pastorear o rebanho, recolher o feno, transportar feixes de lenha) e a escola. Sempre manifestou sua alegria e vivacidade, destacando-se, entretanto, pela criatividade e audácia.

Nos primeiros anos de padre, na realidade do seu tempo, as crianças eram empregadas na agricultura, no pastoreio ou encaminhadas aos trabalhos manuais, pela avidez de lucro dos adultos; as meninas obrigadas a cuidar dos pequenos em casa, quase não iam para a escola.

O analfabetismo era então uma chaga. Guanella assumiu de frente a instrução dos filhos do povo, fazendo o curso e obtendo o registro de professor de escola elementar e, quando ainda nos povoados, pouco a pouco se pensava em abrir as mentes dos jovens, para prepará-los para uma vida melhor, ele já desenvolvia uma grande missão entre eles.

A escola de Padre Guanella saída do campo da leitura, escrita e contas para ir ao encontro das necessidades de uma população agrícola, ensinando as novas descobertas para aumentar a produção da terra, vencendo os preconceitos que os camponeses conservavam, apegados aos métodos dos seus antepassados e a sistemas que não ajudavam.

ORAÇÃO – A oração de São Luís Guanella seguia o Evangelho, sendo sobretudo simples, confiante e afetuosa, alheia a toda exaltação. Era aberta a todas as necessidades e unida à ação apostólica e caritativa. Não somente era um diálogo com Deus e contemplação, mas também uma ânsia de socorrer os necessitados de corpo e espírito. Não havia categoria de pessoas na pobreza espiritual, material ou de acontecimentos dolorosos para os quais não rezasse e fizesse rezar os abrigados e os religiosos de suas instituições. Com a oração, ampliava o horizonte sem fronteiras do campo da caridade. Quando rezava era alheio às formalidades e às poses artificiais. Isso tanto é verdade que às vezes parecia desleixado. Mas, sempre era pontual na oração litúrgica e comunitária.

Deste espírito de oração eram, por assim dizer, “contagiadas” por Guanella, as almas que lhe estavam próximas, principalmente as irmãs e os irmãos. A oração e a caridade eram um binômio inseparável na prática e nos ensinamentos guanellianos. E a sua oração era a “oração vital” que o mantinha, com o coração e com a mente, unido a Deus e, com as mãos, unido aos pobres. Transmitia aos irmãos necessitados o amor paterno de Deus, do qual ele próprio se sentia envolvido e conduzido. Dizia Padre Guanella: “Devemos saber merecer a Providência de Deus com a confiança, a oração e o ‘dar um jeito’, isto é, com o trabalho”.

Este também era o seu modo de proceder: trabalha continuamente. Certa vez, em uma audiência, o Papa Pio XI perguntou a ele se, com tantos pensamentos, podia dormir à noite e ele respondeu: “Sim durmo até muito em casa e fora. Aconteceu-me, inclusive, que em Milão o trem que deveria deixar-me na praça de Duomo, levou-me até além da porta Ticinese”. “Com tantos pensamentos que o oprimem?”, retrucou o Papa. “Até meia-noite penso eu (neles). Depois deixo que pense Deus”, respondeu o padre.

De outra vez, enquanto rezava a Missa no dia primeiro de novembro de 1895, Guanella recebeu a notícia do incêndio da casa de Como. Após a homilia anunciou o acontecido e não deixou de acrescentar: “Coragem! Deus providentíssimo somente permitirá aquilo que for para a sua glória, para a provação e sustento de nossa fé”.

Essa sua extraordinária confiança não é certamente sinal de fatalismo, nem de quem considera os acontecimentos como inevitáveis porque sujeitos a um poder superior, autorizando-nos a ficar de braços cruzados, esperando tudo do alto.

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4º DIA - DEVOÇÃO A NOSSA SENHORA

Evangelho: Jo 2, 1-12

São Luís Guanella falou e escreveu a respeito de Nossa Senhora com expressões particularmente comoventes, atribuindo a ela todas as suas conquistas e obras. Mas, quando colocava nos lábios e no coração de seus filhos e filhas a invocação a Nossa Senhora da Divina Providência, explicava esse título com estas palavras de amor e fé: “Parece-nos ver com os próprios olhos a providência do Senhor. Tão grandes, contínuos, inesperados e frequentes são os auxílios que dela recebemos, também quando parece ser uma temeridade esperá-los”.

A Providência está diretamente ligada à ação de Deus junto à humanidade. Refere-se ao reconhecimento de que nunca estamos abandonados. Deus sempre cuida de nós, fazendo-o por caminhos que não imaginamos e do jeito que nem podemos vislumbrar. Depois de colocada em Deus, a nossa confiança é colocada na Mãe de Deus e nossa.

Quem encontra Maria, encontrou o caminho da Salvação. De fato, Deus quer que no mundo a Virgem Maria seja saudada como Porta do Céu e mediadora da Salvação. O homem de bem se deixa guiar suavemente pela voz de sua Mãe, Maria. Em cada momento da vida, reza a Deus da maneira de Maria e depois confia. Pertencer a Maria é alegria inefável e possuí-la é segurança infalível.

Nossa Senhora do Trabalho

A imagem da Mãe abençoando um agricultor e um carpinteiro foi idealizada por São Luís Guanella. A primeira festa em honra a Nossa Senhora do Trabalho foi realizada no dia 1º de maio de 1901, na cidade de Olônio, na Itália. No Brasil, o santuário de Nossa Senhora do Trabalho está em Porto Alegre, RS.

Oração a Nossa Senhora do Trabalho

“Salve Virgem Maria, nossa querida mãe. Como filhos, nos dirigimos a Vós com toda a confiança, implorando a Vossa bênção, de modo especial pelos nossos trabalhadores, por todos aqueles que labutam no dia a dia para conseguir o sustento da própria família.

Concedei-nos, nós Vos pedimos, que este lavor seja dignificante, de modo a favorecer vossos filhos. Que haja muita consciência da nobreza do trabalho e que nenhum de nossos irmãos seja explorado pela ganância de riquezas.

Abençoai, ó Virgem do Trabalho, nossa sociedade, nossas famílias e cada um de nós. Que saibamos sempre honrar-vos como filhos devotos e obedientes. Intercedei junto ao Vosso Filho Jesus, concedendo-nos autênticas vocações sacerdotais e religiosas e a perseverança final. Amém”.

Para o mês de maio, São Luís Guanella escreveu um livro com o título “No Mês das Flores”, com reflexões para cada dia.

Que o Senhor aumente nossa fé e nossa confiança naquela que nunca desamparou quem humildemente a ela recorreu!

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5º DIA - PATERNIDADE DIVINA

Coração de Cristo – Coração de Pai

Evangelho: Lc 15, 11-24

“‘Se vós de fato tivésseis me conhecido, teríeis conhecido também meu Pai; e desde agora vós o conheceis e o vistes.’ Solicitou-lhe Filipe: ‘Senhor, mostra-nos o Pai e isto nos basta’. Então, Jesus lhes disse: ‘Há tanto tempo estou convosco e tu não me conheces, Filipe? Aquele que vê a mim, vê o Pai; como podes dizer: mostra-nos o Pai?’ (João 14, 7-9).

Ao que parece, Filipe pede a Jesus uma manifestação do Pai, aos olhos dos apóstolos. A resposta de Jesus é clara: Ele é a manifestação do Pai, da paternidade divina, da misericórdia de Deus. Portanto, chamar Jesus com o nome de Pai, como fazia seguidamente São Luís Guanella, não era outra coisa que ver e sentir o Pai na pessoa de Jesus. O Padre Luís não sentia necessidade de uma manifestação, porque a paternidade de Deus moldava toda a sua vida espiritual. Era como o fundamento sobre o qual apoiava o seu amor a Deus, a sua oração filial, a confiança na Providência, o seu amor e serviço aos pobres, o seu estilo de misericórdia e a docilidade ao querer de Deus também nos sofrimentos. A frequente expressão guanelliana de que Deus é nosso Pai nasce não somente do fato que contém uma verdade a nós revelada pelo Evangelho, mas também da experiência espiritual que ele faz como filho: “Pensa que tua bela alma se assemelha a Deus, como o querido rosto do filho se assemelha ao rosto do seu pai”. (Opere – III, 446).

Para São Luís Guanella, o coração de Jesus é coração de Pai e com esse nome ele o menciona seguidamente em seus escritos. 

Padre Guanella nos apresenta Jesus como Pai, com coração cheio de amor por nós: “Se à maneira de um amigo, tu, de tempo em tempo, conversares com Jesus, terás alegria no coração. Que prazer é aquele do amigo que aperta a mão do amigo! Mas, se mais longamente te demoras com Jesus e convives com ele, quase como um filho com seu Pai, então experimentas na alma não apenas alegrias, mas um vivo júbilo. O coração de Jesus é um coração de um ótimo pai”.

Jesus se ocupa com o sublime ofício de reconciliar o Céu com a Terra, mas quanto a ti, te contentas em imitá-lo naquilo que te é possível. Ser humilde consigo mesmo, ser suave com os outros, isto pode ser feito também por ti. “Jesus, com um coração de verdadeiro pai, te convida assim: ‘Vem que meu jugo é suave’. O jugo é aquele dos seus mandamentos, pois Jesus, contrariamente ao que faz o mundo, enquanto te impõe o que fazer, doa-te luz para a mente, vigor para a vontade e força para o próprio corpo, para que possas executar tudo aquilo que ele deseja de ti”.

REVEJA O QUINTO DIA DA NOVENA

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6º DIA - CONFIANÇA NA PROVIDÊNCIA

Evangelho: Mt 6, 25-33

Este discurso sobre a Providência, Padre Luís Guanella o levava no sangue. Ele que sentia a mão de Deus que o conduzia e o impulsionava a praticar ações arriscadas para socorrer os pobres. A providência do Pai o sustentava nas escolhas que fazia e lhe dava tranquilidade também nos obstáculos que encontrava no trabalho complexo e delicado de fundar e administrar abrigos para os necessitados. As histórias das fundações guanellianas estão repletas de vicissitudes que, às vezes, adquirem um aspecto quase milagroso. Desta sua grande confiança na Providência Divina temos muitos testemunhos daqueles que lhe foram próximos: “Posso dizer que em todas as tribulações enfrentadas na realização de suas obras, seguidamente ele me repetia que era preciso ter confiança na Divina Providência e muitas vezes exclamava: ‘Até a meia-noite, penso eu. Depois da meia-noite, pensa Deus'”, conta um.

“Nas fundações muitas vezes foi taxado de imprudente, especialmente por pessoas estranhas. Os fatos, porém, sempre demonstraram que ele era movido pela voz de Deus e que não confiava em vão na Divina Providência”, relata outro.

Todas as vezes que Padre Luís Guanella era convidado por pessoas ou circunstâncias particulares a iniciar uma obra, ele consultava, na reflexão e na oração, se essa era a vontade de Deus. Tendo se assegurado disso, agia com confiança e perseverança.

Algumas frases usadas por São Luís Guanella a respeito da Providência:

“Tendo descoberto o caminho, enquanto é possível sem ter dúvidas, este deve ser percorrido com muita fé; as dificuldades que depois surgem afrontam-se com a certeza de vencê-las com a ajuda divida, a qual, como dá a possibilidade de começar, assim dá a possibilidade de terminar a obra”.

“Quando a Providência manifesta claramente a sua vontade e abre os caminhos, então se tende a entrar e agir da melhor maneira possível”.

“Na abertura de novas casas, como também na ampliação das casas existentes, é preciso ver claramente os planos da Divina Providência”.

REVEJA O SEXTO DIA DA NOVENA

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7º DIA - AS OBRAS DE MISERICÓRDIA

Coração Misericordioso

Evangelho: Mt 25, 31-43

Embora São Luís Guanella fosse de caráter impulsivo, tinha um coração terno e tratamento cordial. Era afável especialmente com as pessoas de condição humilde. Quando às vezes se irritava, logo se acalmava e manifestava abertamente seus desgosto e se desculpava. Possuía uma cordialidade profunda e generosa que emergia logo depois dos momentos de ira: sinal de uma amor bem radicado em seu coração. Padre Luís Guanella, embora de caráter forte e combativo em promover o bem, não sabia conservar rancor algum e menos ainda se vingava de seus adversários.

Quantas boas obras ele soube realizar em segredo também para pessoas que foram ricas e que depois foram reduzidas à miséria, e que se envergonhavam em pedir ajuda. O coração de Guanella sabia encontrá-las e aproximar-se delas com simplicidade e amor. Compenetrado em aliviar os sofrimentos dos atribulados, em saciar os famintos, consolar os aflitos e doentes, não fazia distinção entre amigos e desconhecidos, entre bons e maus. Era um bom samaritano.

As obras de misericórdia eram para Padre Guanella como um alimento em sua vida e um motivo para reavivar a própria fé. “Passar a vida fazendo o bem é a consolação mais gratificante e a bênção mais preciosa que o Senhor concede aos seus filhos. Porque fazer a caridade é fazê-la a Deus, do qual os pobres são os ‘benjamins’. Alegre é aquele coração que, nutrindo-se da santa caridade, consegue viver junto a Deus que é fonte de consolação”.

“Imensa consolação também aqui na terra é fazer o bem aos próprios irmãos”.

Essas são expressões reveladoras de uma alma boa e compassiva como aquela de Jesus.

 

As obras de misericórdia corporais são:

1º Dar de comer a quem tem fome;

2º Dar de beber a quem tem sede;

3º Vestir os nus;

4º Dar pousada aos peregrinos;

5º Assistir aos enfermos;

6º Visitar os presos;

7º Enterrar os mortos.

As obras de misericórdia espirituais são:

1º Dar bom conselho;

2º Ensinar os ignorantes;

3º Corrigir os que erram;

4º Consolar os aflitos;

5º Perdoar as injúrias;

6º Sofrer com paciência as fraquezas do próximo;

7º Rogar a Deus por vivos e defuntos.

São Luís Guanella amava a todos, sofria por todos e com todos. Para fazer o que fez devia ser – e o era de fato – um “homem de Deus”, um imitador de Jesus, “bom samaritano”, um educador apaixonado pela promoção da juventude, Pai dos pobres, física, moral e espiritualmente.

 

REVEJA O SÉTIMO DIA DA NOVENA

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8º DIA - SÃO LUÍS GUANELLA E A EUCARISTIA

Evangelho: Jo 6, 48-51

“EU SOU O PÃO DA VIDA!”

Não existe um sacramento como a Eucaristia, que mostra o amor de Cristo pelas pessoas: o corpo oferecido e o sangue derramado na cruz para a salvação de todos. O Padre Luís Guanella não podia deixar de nutrir uma grande devoção a esse sacramento de amor. Ele que do amor havia feito o campo do seu trabalho. A característica da piedade do Padre Luís Guanella foi sobretudo eucarística.

A Eucaristia estava no centro de todas as suas devoções, em conformidade com o pensamento da Igreja que considera este mistério “o ápice e a fonte de todo o culto e de toda a vida cristã”. O primeiro alimento da piedade eucarística do Padre Luís Guanella era a Santa Missa, que ele considerava o centro da sua jornada e que jamais terminava de aprofundar e meditar “como abelha laboriosa que se envolve na coroa da flor para sugar-lhe o gostoso néctar e transformá-lo, no próprio estômago, em mel saboroso de piedade e de devoção”.

Havia depois a visita ao Santíssimo Sacramento, que “era uma alimentação deliciosa para sua alma. Nos espaços de tempo livre, permanecia seguida e longamente na igreja. Especialmente nos últimos anos de sua vida era comovente vê-lo atrás do altar de São José, em Roma, conversando com Deus”. Eis o porquê das suas visitas frequentes à igreja, dos longos momentos diante do sacrário, dos quais falam numerosas testemunhas oculares.

No quarto, na cidade Como, construído anexo ao santuário do Sagrado Coração, tinha feito abrir uma pequena janela que se direcionava ao altar maior, em cujo sacrário estava guardada a Eucaristia.

Sem ser visto, podia, dia e noite, prolongar a adoração eucarística e manifestar a Jesus o amor que lhe transbordava do coração, e pedir a Ele ajuda e conforto para si e para os abrigados de suas instituições. Quantos problemas ele terá tratado com o Senhor nesses momentos de diálogos cordiais!

Alguns pensamentos de São Luís Guanella:

“Jesus no sacramento é o sol da terra, e este sol iluminará as almas de boa vontade até o fim do mundo”.

“A Divina Eucaristia é o sol que ilumina, que aquece, que faz frutificar a terra”.

“A Santa Eucaristia é o sol da terra, a vida do mundo, o verdadeiro paraíso na terra para todos os cristãos que acreditam firmemente”.

“A Divina Eucaristia é a vida do instituto”.

REVEJA O OITAVO DIA DA NOVENA

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9º DIA - MISSÃO DE CARIDADE

Evangelho: Lc 10, 25-37

Já vimos anteriormente que lugar ocupava, na espiritualidade de Padre Luís Guanella, a devoção ao Sagrado Coração de Jesus, que ele chamava com o nome de pai. É útil recordar mais uma vez que ele encontrou no Coração de Cristo o modelo, a fonte e o conforto para levar adiante a sua missão. Missão de caridade como aquela realizada por Cristo. E, sobre este caminho, conduzia suas irmãs e seus coirmãos: “Jesus, que é caridade por essência” – escrevia para as irmãs – “veio sobre a terra trazer este fogo, abrindo para todos a fornalha amorosa de seu divino coração, para que todos os corações nele se acendam”.

Padre Luís Guanella dizia: “O admirável pontífice que nos governa (falava do Papa Pio X) grita incansavelmente que é preciso restaurar todas as coisas em Cristo. Para restaurar as pessoas e as obras deve-se cumprir o desejo do Divino Coração, que aparecendo na figura de um imenso fogo grita: ‘Vim trazer ao mundo o fogo da caridade e o que eu desejo senão que tal fogo se acenda no coração dos homens?'”.

O Reino da Caridade o que é senão o Evangelho, isto é, o próprio Jesus, a sua pessoa, seus exemplos, a sua pregação? A encarnação, a vida pobre, o amor pelos últimos, o perdão aos pecadores, as curas aos doentes, as súplicas ao Pai pelos discípulos, a obediência à Sua vontade e a morte na cruz. Tudo é um poema de caridade. Padre Luís Guanella passou os anos de sua vida difundindo o evangelho da caridade.

Como Jesus, escrevia no regulamento de 1905: “Somente a caridade de Cristo é tesouro celeste e é verdadeira medicina para as enfermidades humanas e providência para as misérias crescentes”. Padre Luís Guanella acolheu o convite de Jesus: “Vá e faça você também a mesma coisa”.

O pai dos pobres, o discípulo fiel, morre aos 24 de outubro de 1915, em Como, Itália. É proclamado bem-aventurado pelo Papa Paulo VI, em 25 de outubro de 1964, e santo, pelo Papa Bento XVI, em 23 de outubro de 2011, na Praça de São Pedro, em Roma.

A missão continua com a congregação das Irmãs Filhas de Santa Maria da Providência, dos Servos da Caridade (SdC) e com os Guanellianos Cooperadores. Presentes em mais de 20 países, nos cinco continentes, entre eles: Itália, Estados Unidos, Canadá, Espanha, Suíça, Israel, Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Guatemala, México, Paraguai, Afeganistão, Filipinas, Índia, Vietnã, Gana, Nigéria, República do Congo, Romênia, Alemanha… e caminhado para outros países, no desejo de tornar a caridade o coração do mundo, revelar o Amor Providente e Misericordioso de Deus Pai, num clima de família, promovendo de forma integral a pessoa, particularmente as mais desprovidas, e aplicando a pedagogia do amor.

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