HISTÓRICO DO RECANTO NOSSA SENHORA DE LOURDES
Vista aérea atual do Recanto Nossa Senhora de Lourdes, com os blocos das oficinas, casa da comunidade religiosa, bloco administrativo, salão de eventos e horta.
No início da década de 80, os superiores da Congregação dos Servos da Caridade designaram o Pe. Armando Bredice para abrir uma obra assistencial para pessoas com deficiência intelectual, os “buoni figli” de Dom Guanella. Muitas dificuldades foram encontradas, de caráter jurídico, social e congregacional.
Em 1981, Paulo Maluf, governador do Estado de São Paulo, assinou um decreto com a doação de um terreno de 30 mil metros quadrados, ao lado da Paróquia Santa Cruz. Houve muita festa e quando tudo estava pronto para o início das construções, a Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo bloqueou a doação, uma vez que o terreno pertencia ao Horto Florestal, área intocável.
Em 1983, outra doação, dessa vez no município de Mairiporã (a 50 km de São Paulo), que causou polêmica, pois uns aceitaram e outros não. Não deu certo. O então Superior Geral dos Servos da Caridade, Pe. Pietro Pasquali, resolveu então comprar um terreno, já que a obra se fazia necessária.
Enfim, um terreno localizado na Avenida Luís Carlos Gentille de Laet, no Bairro Vila Rosa, com 58 mil metros quadrados, agradou e foi adquirido. Era uma antiga chácara pertencente à Família Frizzo. O terreno tinha duas pequenas casas, um casarão abandonado, uma piscina, uma fonte de água natural que era industrializada e vendida com o nome de “Água Nossa Senhora de Lourdes”, além de muitas árvores.
Inicialmente, o Pe. Lino Della Morte foi o responsável pela construção da obra. A primeira iniciativa foi reformar o casarão antigo para uma possível Casa de Formação, mas que a princípio abrigaria as crianças especiais.
Em 05 de outubro de 1985, Dom Joel Ivo Catapan (bispo auxiliar da Região Santana, na Arquidiocese de São Paulo), juntamente com o Superior geral da Congregação dos Servos da Caridade, Pe. Pietro Pasquali e o Provincial da Província Santa Cruz, Pe. Selso Feldkircher, além dos demais padres da comunidade inauguraram a primeira Obra para os “buoni figli” no Brasil, que seria, mais tarde, o Recanto Nossa Senhora de Lourdes.
Em 12 de março de 1986, foi assinado contrato com uma empresa que construiria o Complexo assistencial, funcional e moderno do Recanto Nossa Senhora de Lourdes. O Pe. Lino Della Morte foi transferido para o Nordeste e, assumiu a direção do Recanto Nossa Senhora de Lourdes, o Pe. Antonio Viana.
Em 06 de maio de 1990, foi inaugurado o Centro de Reabilitação Recanto Nossa Senhora de Lourdes, com os seguintes departamentos: administrativo, terapêutico, psicológico, escolar e oficinas, para atender crianças com deficiência em regime de semi-internato.
O antigo casarão, que foi reformado após a construção dos blocos, passou a ser casa de retiros e de acolhida a visitantes. Um grupo de reflexão e estudo bíblico chamado “Maranatha” ficou como responsável pelo espaço.
Em 2003, a Congregação dos Servos da Caridade teve a ideia de levar para lá a primeira etapa do processo de formação de seminaristas, ou seja, o propedêutico ou Casa de Acolhida e Discernimento Vocacional. A ideia foi muito bem aceita e a Casa de Acolhida e Discernimento Vocacional foi aberta no dia 01 de março de 2004, com Missa solene de inauguração e a presença do Provincial, Pe. Ciro Atanásio. A casa, atualmente, é mantida pela Província Santa Cruz. Desde aquela época, o formador é o Pe. José Telles de Deus, já tendo como animadores vocacionais o Pe. Elisandro Isenhart da Silva, o Pe. Eli Marcel e, atualmente, o Pe. Renan Rafael.
Em 2001, um grande, moderno e funcional ginásio foi construído com recursos da Itália. Além de quadra poliesportiva, possui diversas salas, cozinhas equipadas, espaçosos banheiros, palco para apresentações e celebrações, além de grande arquibancada e amplo estacionamento. Atualmente, está locado para um serviço de buffet, que transformou o local em um espaço para eventos. O ambiente, no entanto, continua sendo utilizado para os eventos e festas beneficentes da instituição.
Antes de ser locado para o serviço de buffet, durante alguns anos, a Canção Nova – SP realizou, no ginásio, retiros de espiritualidade alguns durante finais de semana. A quadra era esporadicamente alugada para jogos de vôlei, pois o Pe. Ângelo Moroni impedia a prática do Futsal, por entender que os chutes danificavam as grades (de alumínio) e o revestimento (de madeira) do palco. Durante o tempo em que esteve no Recanto Nossa Senhora de Lourdes, o Pe. Atanásio Francisco Shuatz introduziu a devoção a Nossa Senhora do Trabalho e, todas as primeiras segundas-feiras do mês havia a Celebração solene. O salão era alugado para festas em geral e aconteciam também as festas religiosas, com destaque para a Festa de Don Guanella (sempre no domingo mais próximo do dia 24 de outubro, com muitas barracas, shows, bingos e brincadeiras.
Em 2006, com a chegada do novo diretor, o Pe. Edenilso Costa, a comunidade religiosa decidiu que o ginásio seria terceirizado, pois gerava um custo muito alto sem o retorno esperado. E assim foi feito um acordo por tempo determinado em que o Recanto Nossa Senhora de Lourdes recebe uma porcentagem sobre o aluguel do ginásio. Já no início do acordo, o responsável modificou inteiramente o salão, proporcionando realmente um ambiente propício para festas e eventos, como formaturas, casamentos, aniversários etc. No entanto, as datas pré-estabelecidas pela comunidade religiosa para festas e eventos são respeitadas.
Ao lado do ginásio, foi construída, em 2002, a Capela Nossa Senhora da Divina Providência, para celebrações de pequeno porte e retiros.
Em 2002, o Recanto iniciou a prática da Equoterapia para seus assistidos, terceirizando-a em 2006. A Equoterapia é um método terapêutico e educacional, que utiliza o cavalo dentro de uma abordagem interdisciplinar, nas áreas de saúde, educação e equitação, buscando o desenvolvimento biopsicossocial de pessoas portadoras de deficiências e/ou com necessidades especiais. O cavalo influencia, através do movimento, o desenvolvimento motor, psíquico, cognitivo e social do praticante. Devido aos altos custos de manutenção da atividade e à falta de patrocínio, a Equoterapia no Recanto foi encerrada em 2018.