A Igreja celebra a vida de duas santas, no dia de hoje: Santa Edwiges e Santa Margarida Maria Alacoque. A data desta última seria celebrada originalmente no dia 17 de outubro, dia de seu falecimento, mas foi antecipada para não coincidir com a celebração de Santo Inácio de Antioquia.
Santa Edwiges
Era uma mãe que, com seu marido, fundou vários mosteiros e, após a morte dele, tornou-se monja, continuando a servir os carentes e enfermos. Ela é conhecida como a padroeira dos pobres e endividados e isso tem a ver com sua história de vida e caridade.
Edwiges nasceu na Bavária, Alemanha, em 1174, filha de uma família nobre. Desde pequena dava sinais de seu desapego material e zelo espiritual. Aos doze anos, casou-se com o duque da Silésia e da Polônia, Henrique I, de 18 anos. Eles tiveram sete filhos. Aos 20 anos, Edwiges sentiu o chamado de Jesus e, após conversar com seu marido, os dois decidiram seguir o Senhor, mantendo no casamento o voto de abstinência sexual.
Entregando-se à piedade e à caridade, empregava grande parte dos seus ganhos para auxiliar os demais. Sabendo que muitos eram presos por causa de dívidas, passou a ir aos presídios, saldar as contas com o próprio dinheiro, libertar os encarcerados e ainda lhes arrumava um emprego.
Ela e seu marido fundaram muitos mosteiros, entre eles o de Trebnitz, na Polônia, do qual sua filha Gertrudes se tornou abadessa. Henrique I construiu o Hospital da Santa Cruz em Breslau e, Edwiges, um hospital para leprosos em Neumarkt, onde assistiram pessoalmente àqueles que sofriam dessa doença. A santa também costumava ir à Igreja descalça na neve, mas levava os sapatos na mão para colocá-los imediatamente se encontrasse alguém.
Viu seis de seus sete filhos falecerem e também seu marido, vítima de uma doença contraída após ser mantido como prisioneiro de guerra. Quando Henrique I morreu, muitas religiosas choraram e Edwiges as confortou dizendo: “Por que se queixam da vontade de Deus? Nossas vidas estão em suas mãos e tudo que Ele faz é bem feito”.
Santa Edwiges tomou o hábito religioso de Trebnitz, mas prometeu continuar a gerir suas ações em favor dos necessitados. Deus lhe concedeu o dom da profecia e milagres. Foi quando operou muitos milagres em enfermos.
Ela amava muito Maria e, por isso, sempre carregava uma pequena imagem da Virgem em suas mãos. Quando morreu, em 15 de outubro de 1243, foi impossível tirar a imagem de suas mãos. Anos mais tarde, quando foram transladar seu corpo, encontraram a imagem empunhada e os dedos que a seguravam incorruptos.
Santa Edwiges foi canonizada em 1266, pelo Papa Clemente IV.
Confira a seguir a Oração a Santa Edwiges.
Ó, Santa Edwiges, Vós, que na Terra fostes o amparo dos pobres, a ajuda dos desvalidos e o socorro dos endividados, no Céu agora desfrutais do eterno prêmio da caridade que em vida praticastes. Suplicante te peço que sejais a minha advogada, para que eu obtenha de Deus o auxílio que urgentemente preciso…
(Fazer o pedido da graça que urgentemente precisa)
Santa Edwiges, protetora dos endividados, aumentai minha confiança na providência divina para que não falte o pão de cada dia, e que, no final do mês, não falte o necessário, para que eu possa dar aos meus familiares saúde, educação e dignidade na moradia.
Santa Edwiges, intercedei por mim para que eu consiga o equilíbrio na vida financeira e o discernimento nos negócios. Ajudai-me a superar os problemas financeiros, que eu não me iluda com o dinheiro fácil e que eu não seja conivente com a corrupção e propina. Dai-me equilíbrio na vida financeira.
Alcançai-me também, Santa Edwiges, a suprema graça da salvação eterna.
Santa Edwiges, rogai por nós!
Santa Margarida Maria Alacoque
Margarida nasceu em 22 de julho de 1647, em Verosvres, na Borgonha, França. Aos quatro anos, consagrou a Deus sua pureza e fez voto de perpétua castidade. Quando tinha oito anos, seu pai morreu. Ela ingressou na escola das Clarissas, onde se sentiu atraída pela vida das religiosas e recebeu a comunhão aos nove anos, algo pouco comum para a época. Dois anos mais tarde, contraiu uma doença reumática dolorosa – desconhecida na época -, que a obrigou a ficar de cama até os 15 anos e, por isso, teve que regressar para sua casa. Buscou alívio na Virgem Maria, a quem prometeu que, se fosse curada, se tornaria religiosa e, assim, recuperou a saúde.
A jovem, porém, se deixou levar pela vaidade e pelas diversões, mas a Virgem apareceu para ela em vários momentos para repreendê-la e encorajá-la em seu caminho de santidade. Aos poucos, foi tentada a se casar e começou a se preparar, considerando que talvez pudesse obter dispensa de seu voto, porque o fez quando era criança. Foi assim que em uma ocasião Jesus lhe disse que Ele tinha motivado o voto de castidade e que depois a tinha colocado aos cuidados de sua Santíssima Mãe.
Mas Margarida só compreendeu que estava perdendo um tempo precioso, do qual lhe seria pedido contas rigorosas na hora da morte, quando o Senhor apareceu a ela desfigurado, flagelado e lhe disse: “E bem quererá gozar deste prazer? Eu não gozei jamais de nenhum, e me entreguei a todo gênero de amarguras por teu amor e por ganhar teu coração”.
Mais tarde, depois de convencer seus parentes, ingressou no Convento da Visitação. Aos 24 anos foi para Paray-le-Monial e entrou para a Ordem da Visitação, fundada por São Francisco de Sales, 60 anos antes. Ali Margarida se desenvolveu de maneira humilde, obediente e sincera ante os sacrifícios da vida em comunidade e professou seus votos no dia 6 de novembro de 1672, aos 25 anos de idade.
Um ano depois, na festividade de São João Evangelista, em 1673, irmã Margarida Maria estava rezando diante do Santíssimo Sacramento quando Jesus se manifestou a ela de forma visível. Tal cena iria se repetir durante dois anos, sempre na primeira sexta-feira de cada mês. Ela recebeu revelações do Sagrado Coração de Jesus e sofria, todas as primeiras sextas-feiras do mês, uma reprodução da misteriosa chaga do lado.
Por suas visões e doenças, começou a receber incompreensões e rejeições no convento, teve que passar por difíceis interrogatórios de teólogos e chegou-se a dizer que suas experiências místicas podiam ser obra do demônio. Tudo isso mudou quando ela conheceu o sacerdote jesuíta São Cláudio de la Colombière, que pôde ver nela sua santidade.
Por obediência, escreveu o que Deus lhe tinha revelado e contou as mensagens divinas para sua comunidade. A princípio, foi humilhada, mas depois recebeu o apreço de suas irmãs.
Ao final de dois anos, na manifestação de 1675, Jesus se apresentou com o peito aberto e, apontando para o coração disse: “Eis o Coração que tem amado tanto os homens a ponto de nada poupar até exaurir-se e consumir-se para demonstrar-lhes o seu amor. E em reconhecimento não recebo senão ingratidão da maior parte deles”.
Santa Margarida, lamentavelmente, não veria se cumprir na Igreja a instituição do dia do Sagrado Coração de Jesus, tal como Jesus Cristo lhe tinha pedido. Em 17 de outubro de 1690, tendo previamente indicado esta data como o dia de sua morte, partiu para a Casa do Pai, com 43 anos de idade e 18 de profissão religiosa.
Entre os mosteiros das visitandinas, começou-se a propagar a devoção ao Coração de Jesus e, em 1765, o Papa Clemente XIII introduziu a Festa do Sagrado Coração em Roma. Em 1856, o Beato Pio IX a estendeu para toda a Igreja e, finalmente, em 1920, Margarida foi proclamada santa pelo Papa Bento XV.
Deus suscitou este luzeiro, portadora da luz que é Cristo, num período em que na Igreja penetravam as trevas do jansenismo: doutrina que pregava um rigorismo que esfriava o amor de muitos e afastava o povo dos Sacramentos.
Leão XIII consagrou o mundo ao Sagrado Coração de Jesus e o Papa Pio XII recomendou essa devoção que nos leva ao encontro do coração eucarístico de Jesus. Em 1928, o Papa Pio XI concedeu à devoção a máxima categoria litúrgica, de Solenidade.
Santa Margarida é padroeira da Rede Mundial de Oração do Papa (Apostolado da Oração) juntamente com Santa Teresinha do Menino Jesus, São Francisco Xavier e São Cláudio de la Colombière.
Santa Margarida Maria Alacoque, rogai por nós!
Fontes: Site Rede Século 21 e Site ACI Digital.