O Superior Geral da congregação Servos da Caridade, o padre italiano Umberto Brugnoni, SdC, de 70 anos, esteve em visita ao Recanto Nossa Senhora de Lourdes, nos últimos dias 13 e 14 de maio. Na ocasião, além de conhecer o trabalho guanelliano realizado junto às crianças do CEI Don Guanella e CCA Santa Terezinha, e junto às pessoas com deficiência (NAIS São Luís Guanella e Recanto), ele também conversou com assistidos e operadores. A estes últimos, falou sobre a importância de colocar os assistidos como “centro do trabalho” desenvolvido nas casas guanellianas.
Don Umberto Brugnoni, SdC, ou simplesmente Pe. Brugnoni, é o 10º sucessor de São Luís Guanella na administração dos Servos da Caridade, congregação fundada pelo Padre Guanella, em 1908, na Itália, e que, atualmente, está presente em 23 países.
Escolhido como superior geral, no dia 25 de abril de 2018, Pe. Umberto Brugnoni deverá ficar no cargo até 2024. No mês de maio, ele veio conhecer de perto as obras guanellianas no Brasil, começando por Brasília (DF), Mato Grosso, Amazonas e Região Nordeste. Depois São Paulo e Rio de Janeiro e, por último, a região Sul, onde se instalaram as primeiras casas da obra de Guanella no País.
"A barrica é pequena, mas o vinho é bom"
Nascido na cidade de Cavona de Cuveglio, na região italiana da Lombardia – mesma região do fundador São Luís Guanella – o atual Superior dos Servos da Caridade (SdC), Dom Umberto Brugnoni, completou 70 anos, no último dia 24 de maio (Dia de Nossa Senhora Auxiliadora). Sua escolha como 10º sucessor de Dom Guanella aconteceu no dia 25 de abril de 2018, devendo permanecer no cargo até o ano de 2024.
Tendo feito toda a sua formação religiosa na cidade de Como (Itália), assim como São Luís Guanella, esta é a quarta vez que um filho dessa região italiana é eleito Padre Geral: primeiro, Dom Leonardo Mazzucchi que era da aldeia de Mianico, em Pianello Lario, ao longo do lago; depois Dom Luigi Alippi, nascido em Linzanico, povoado de Abbadia Lariana, também no lago; terceiro Dom Olimpio Giampedraglia, de San Cassiano em Valchiavenna; e, por último, Dom Umberto, que vem da área dos Vales de Varesine.
O Padre Umberto Brugnoni é o sexto dos sete filhos de Pietro Brugnoni e Teresa Forzinetti e que nasceu no dia 24 de maio de 1952. Se não fosse por uma dificuldade resistente inicial nos estudos, que levou o pároco de Cavona a estabelecer contato com os guanellianos de Como, talvez a vida de Umberto Brugnoni tivesse sido diferente. Porém, Deus tem seus planos e permitiu que Umberto ingressasse na Casa da Divina Providência, na Via Tomaso Grossi, berço das obras de Dom Guanella, para cursar o segundo grau e ali permanecesse por sete anos, conhecendo desde então algumas das colunas da Congregação: Dom Carlo De Ambroggi, Dom Mazzucchi, Dom Alippi, Dom Giampedraglia, Dom Armando Budino e Dom Pietro Pasquali, todos eles, mais cedo ou mais tarde, se tornariam Superiores Gerais.
Precisamente, nos anos em que está em Como, como aluno do sexto ano, experimenta a alegria de testemunhar de perto a beatificação de Dom Guanella, num clima extraordinário de crescimento e celebração. Enquanto isso, no ano de 1962, sua família assumia uma antiga padaria e mudava-se para Cantello, que se tornaria a segunda casa da família Brugnoni.
No final da oitava série, no outono de 1967, Umberto e outros cinco companheiros passaram do internato da Casa Mãe para o Seminário de Anzano del Parco, para o ginasial. Deles, apenas Umberto concluiria os estudos, pois naqueles anos, a Congregação vivia uma crise econômica muito forte. Para o jovem Brugnoni, aquele tempo talvez tenha sido o com mais duras provações de todo o seu caminho, ameaçando abalar tudo desde os alicerces. A imprudência de alguns confrades e a desonestidade de falsos amigos haviam exposto a família religiosa ao colapso financeiro.
Em 1969, Umberto iniciou seu noviciado em Barza d’Ispra, sob a orientação de Dom Carlo Bernareggi, professando os votos religiosos em 24 de setembro de 1971, com outros 11 companheiros, dos quais sete ainda são irmãos. O período de estudos termina em Barza, no verão de 1973, depois de ter respirado uma época muito densa na vida da Congregação: o Capítulo Geral de 1969-70 sobre a revisão das Constituições, a eleição de Dom Olimpio como Padre Geral, a constituição das Províncias, a transferência do Seminário Teológico de Chiavenna para Roma, a trágica morte de seu professor de ciências Dom Luigi Ragazzoni e o imenso eco dos acidentes fatais ocorridos ao Ir. Giovanni Vaccari e Dom Noè Vanin.
O estágio de dois anos após o ensino médio era a regra e Umberto foi enviado para Fara Novarese, com Luigi Bianchessi e Gabriele Cominazzi, como assistentes dos meninos.
No outono de 1975 chega a Roma, em pleno Ano Santo, para os quatro anos de Teologia de preparação ao sacerdócio. Também aqui viveu anos decisivos, sob a orientação do Padre Domenico Saginario, com fortes experiências como a greve dos operadores da Via Aurélia, a morte de Paulo VI, a eleição do Papa Albino Luciani (João Paulo I) e, logo em seguida, a do Papa Wojtyla (João Paulo II) ao trono pontifício. Nesse período, teve também suas primeiras experiências pastorais na paróquia de Maccarese, à qual permaneceria ligado por muito tempo. Em 21 de outubro de 1978, foi ordenado diácono, no Santuário de Como, e, no ano seguinte, em 7 de abril, véspera do Domingo de Ramos, em Barza d’Ispra, foi ordenado sacerdote, depois de 19 anos de formação.
Como sacerdote, é destinado à Província Romana para ser educador no seminário menor de Roma, onde permaneceu por seis anos, até o verão de 1985. Lá, pôde aperfeiçoar seus estudos de metodologia vocacional, na Universidade Salesiana. Depois de alguns anos de trabalho pastoral, em Messina e Sicília, e de retornar ao seminário menor de Roma, como diretor, é chamado para ser superior em Alberobello. Em 1993, enquanto estava na Puglia, foi chamado a Cantello para celebrar o funeral de seu pai.
Dois anos depois, Dom Nino Minetti, recém-eleito Superior Geral, nomeia Pe. Umberto como Superior da Província Romana, substituindo Dom Domenico Saginario. Ali, permaneceu até o Capítulo Geral de 2000, que o elegeu Vigário Geral da Congregação, ao lado do próprio Pe. Minetti. No Capítulo de 2006 e de 2012 é confirmado Vigário, durante o mandato do Pe. Alfonso Crippa.
Passou os anos como Vigário Geral animando os Cooperadores Guanellianos, na consolidação do Movimento Leigo Guanelliano, em colaboração com as Filhas de Santa Maria da Providência e na formação permanente dos coirmãos. Desenvolveu uma paixão especial pela fundação de Coyhaique, na Patagônia chilena, onde ia todos os verões, durante muitos meses para ajudar Don Belotti, de mais de 80 anos, que estava sozinho na defesa da existência daquela obra. Nesses anos é também chamado a celebrar a missa de sepultamento dos seus irmãos e da sua mãe.
Antes de sua eleição como Superior Geral, em 2018, dirigiu ainda o Centro de Estudos Guanellianos, cuidou dos eventos relacionados à canonização de Dom Guanella e ao centenário de sua morte, e foi o guia do Seminário Teológico de Roma.
Pe. Fábio Pallotta, SdC, conta que um dos comentários feitos sobre Dom Umberto saiu quando de sua nomeação como Provincial, em 1993, e foi feita pelo Ir. Emilio Catracchia, SdC, que conheceu o Pe. Brugnoni, inicialmente em Anzano e depois no período em que serviu em Roma: “A barrica é pequena, mas o vinho é bom”.
Fonte: guanellianisantiago.it