Carlos Caetano Calosinto é seu nome de batismo. Ele é natural da Ilha de Isca, na Itália. Desde criança, em casa, tinha devoção a Maria. Ao longo da vida, sempre invocava a Nossa Senhora, pedindo conselhos e conforto nas situações mais difíceis. Nasceu em família rica e religiosa. Estudou com os agostinianos, para que sua formação religiosa fosse mais completa. Ali, o pequeno apaixonou-se por Jesus, ouvindo a Sua, chamando-o para dedicar toda a sua vida a Ele.
Com apenas 16 anos, o jovem entrou para o convento de Santa Luzia no Monte, em Nápoles, onde mudou seu nome para João José da Cruz, no dia da sua profissão religiosa, aos 17 anos. Viveu entre os Frades Menores Descalços da Reforma de São Pedro de Alcântara, conhecidos como Alcantarinos.
Maria, como mãe carinhosa e fiel, o cobria de carinho e, às vezes, até lhe permitia fazer prodígios. Como Superior dos Alcantarinos, sempre manteve uma pequena imagem de Maria em sua escrivaninha, a qual contemplava e se dirigia, em oração, antes de qualquer decisão ou pronunciamento. “Ele não sabia viver sem ela”, dizem seus biógrafos e muitos testemunhos dos frades, aos quais recomendava prestar homenagem a Ela, pois d’Ela “receberiam consolação, ajuda e luz para resolver os problemas”. O frade confidenciou suas últimas palavras sobre Maria, no leito de morte – no dia 5 de março de 1734 – ao irmão que o assistia: “Recomendo-lhe Nossa Senhora”. Esse pode ser considerado seu testamento espiritual.
O frade sabia imitar a Irmã Pobreza com perfeição, pois ia à busca dos pobres, não apenas nas esquinas das ruas, mas também nas favelas e casebres. Durante toda a sua vida teve apenas um hábito, que, com o tempo, ficou todo remendado. Por isso, recebeu o apelido de “frade dos cem remendos”.
João José foi escolhido para fundar um novo mosteiro em Piedimonte. Ali, construiu também um pequeno eremitério chamado “A Solidão”, que ainda hoje é meta de peregrinações. Durante a sua vida, teve de assistir à divisão entre os Alcantarinos da Espanha e os da Itália. Desses últimos, tornou-se Provincial e, como tal, trabalhou por 20 anos até conseguir reunir novamente a família. Foi alvo de tantas críticas injustas e até calúnias, às quais respondeu fazendo o voto de silêncio. Teve, entre outros, o mérito de restaurar a disciplina religiosa em muitos conventos da região napolitana, sempre muito fiel ao seu fundador dentro da família franciscana.
Morreu em 5 de março de 1734, com 80 anos. João José da Cruz foi canonizado por Gregório XVI, em 1839, junto com Francisco de Jerônimo e Afonso Maria de Liguori, que o conheceram durante a sua vida e lhe pediram conselhos. Ele foi rodeado de fenômenos místicos que denotam o sopro particular da graça em sua vida: bilocações, profecias, perscrutar corações, levitações, curas milagrosas e até uma ressurreição. Havia nele dons carismáticos incríveis, mas a sua santidade e testemunho de vida no ordinário falavam mais alto que tudo isso.
São João José da Cruz, rogai por nós!
Fonte: Canção Nova.