Neste dia, celebramos a vida de uma das mulheres que marcaram profundamente a história da Igreja: Santa Catarina de Sena. Reconhecida como Doutora da Igreja, era de uma enorme e pobre família de Sena, na Itália, onde nasceu em 1347. Voltada à oração, ao silêncio e à penitência, não se consagrou em uma congregação, mas continuou, no seu cotidiano dos serviços domésticos, a servir a Cristo e Sua Igreja, já que tudo o que fazia oferecia pela salvação das almas. Por meio de cartas às autoridades, embora analfabeta e de frágil constituição física, conseguia mover homens para a reconciliação e a paz como um gigante.
Dotada de dons místicos, recebeu espiritualmente e realmente as chagas do Cristo; além de manter uma profunda comunhão com Deus Pai, por meio da qual teve origem sua obra: “O Diálogo”. Comungando também com a situação dos seus, ajudou-o em muito, socorrendo o povo italiano, que sofria com uma peste mortífera, e com igual amor socorreu a Igreja que, com dois Papas, sofria cisão, até que Catarina, santamente, movimentou os céus e a terra, conseguindo banir toda essa confusão.
Santa Catarina de Sena é mãe, e não filha do seu tempo. Era uma virgem convicta, que fizera o voto de castidade desde a infância. Porém, poucas mulheres possuíram como ela o sentimento de maternidade. Era a vigésima quarta filha de Tiago e Lapa Benincasa e teve que convencer a família do seu desejo de seguir na intensa vida de oração e castidade.
Em 1370, um fato místico mudou a vida de Catarina para sempre. Conforme conta seu confessor e primeiro biógrafo, Raimundo de Cápua, num êxtase, Catarina morreu e ouviu as seguintes palavras de Deus: “A salvação dos homens exige que tu voltes à vida. Mas não viverás mais como até agora. O pequeno quarto não será mais a tua costumeira moradia; pelo contrário, para a salvação das almas deverás sair de tua cidade. Estarei sempre contigo na ida e na volta. Levarás o louvor do meu nome e a minha mensagem a pequenos e grandes, a leigos, clérigos e religiosos. Colocarei em tua boca uma sabedoria, à qual ninguém poderá resistir. Conduzir-te-ei diante de papas, de bispos e de governantes do povo cristão a fim de que por meio dos fracos, como é do meu feitio, eu humilhe a soberba dos fortes”.
Mesmo muito jovem, a moça seguiu fiel na sua missão. Conta-se ainda que, dois anos antes de sua morte, o céu revelou-lhe a verdade com tamanha clareza, motivando-a a difundir sua experiência por meio da escrita. Catarina então pediu aos seus secretários que permanecessem prontos a transcrever o quanto ela falasse, logo que a vissem entrar em êxtase. Assim, num breve espaço de tempo, foi composto “O Diálogo”, a sua obra-prima.
O livro contém a conversa entre a “serva” e Deus Pai Todo-Poderoso. Interação emocionante entre uma alma – que faz quatro pedidos ao Senhor – e o próprio Deus, que lhe responde instruindo sobre numerosas e úteis verdades. Também conhecida como “Livro da divina doutrina”, “Revelações” e “Diálogo da divina Providência”, a obra de Catarina reflete, nessas páginas, sobre a missão redentora de Cristo, o clero, a conversão da humanidade, entre outros assuntos, sendo referência para aqueles que desejam se aprofundar na sua mística e emocionante trajetória.
Santa Catarina de Sena, aos 15 anos entrou para a Ordem da Penitência, de São Domingos. Faleceu em 29 de abril de 1380. Foi canonizada por Pio II e declarada Doutora da Igreja pelo papa Paulo VI em 1970. Morreu repetindo: “Se morrer, sabeis que morro de paixão pela Igreja”.
Santa Catarina de Sena, rogai por nós!
Fonte: Canção Nova e Paulus.