A belíssima Basílica de Santa Maria Maior, também conhecida como Basílica de Nossa Senhora das Neves ou Basílica Liberiana, é uma das basílicas papais. Nas extremidades da rua Merulana, é possível vislumbrar duas das basílicas papais, a saber: Santa Maria Maior e São João de Latrão. Construída entre 432 e 440, durante o pontificado do Papa Sisto III, é dedicada ao culto da Santa Mãe de Deus, cujo dogma da Divina Maternidade fora declarado pelo Concílio de Éfeso (431). Ao solicitar a construção dessa igreja, o Papa solicitou que fosse grande e majestosa, e é pela grandiosidade desta igreja que a ela deu-se o nome pelo qual é conhecida: Basílica de Santa Maria Maior.
Nessa igreja foi realizado o primeiro presépio do qual se tem conhecimento. Por isso, ficou também conhecida como “Basílica de Santa Maria do Presépio”. Lá se encontram também os primeiros e mais belos mosaicos alusivos à Virgem. É indizível a beleza dessa basílica e é, de fato, um dos maiores e mais belos santuários da cristandade. A festa litúrgica da “Dedicação de Santa Maria Maior”, que acontece no dia 5 de agosto, passou a constar no calendário litúrgico a partir do ano de 1568.
Ao frade Bartolomeu de Trento, que viveu na metade do século XIII, devemos uma versão mais detalhada sobre a origem da basílica de Santa Maria Maior. Segundo a tradição, no ano 352, vivia em Roma, o representante do imperador que tinha se transferido para Constantinopla, um certo João, fidalgo riquíssimo que não sabia como gastar toda sua fortuna. Não tinha filhos e queria construir obras piedosas para a Igreja, mas não sabia quais escolher.
Na noite de 5 de agosto, apareceu-lhe em sonho a Virgem Maria, que lhe ordenou construir uma igreja no lugar onde estivesse com neve pela manhã. O rico senhor acordou e se pôs a pensar que a neve em Roma era uma coisa estranha, pois agosto era a estação de verão. Porém o mais interessante foi que a Virgem, na mesma noite apareceu ao Papa Libério e lhe disse que, logo ao raiar do dia, subisse a colina do monte Esquilino, que encontraria o local cheio de neve e lá deveria erguer uma igreja. Pela manhã aquele fato inédito foi constatado e, enquanto a notícia se espalhava por toda Roma, o papa e João, caminhando por estradas diferentes, seguidos por uma multidão se encontraram em cima do monte Esquilino e comprovaram que havia neve. Com um bastão o papa traçou a área para erguer a igreja que o patrício construiu apenas com o seu dinheiro. Nascia a basílica de Santa Maria da Neve.
Alguns pesquisadores dizem que João procurou o papa Libério para lhe contar seu sonho e que teve uma surpresa ao saber que também o pontífice havia tido a mesma visão. Depois, juntos com a população foram ao alto do monte Esquilino e demarcaram sobre a neve o terreno onde a igreja foi construída. Dessa maneira, notou-se que as tradições se mesclaram por obra da alma popular que sempre uniu poesia à história.
Aquelas colinas do monte Esquilino, durante a Antiguidade, tinham sido um lugar de despejo de lixo, cheio de imundices; posteriormente se tornou o lugar onde os escravos eram sepultados. Na época do Império, ao contrário, as colinas eram ocupadas por imensas vilas de nobres. Entretanto continuava sendo um lugar de estranhas lembranças e que a comunidade evitava frequentar. Com a construção da igreja da Santa Maria da Neve, o local reconquistou a visitação popular.
Tanto é verdade que cerca de um século depois, para celebrar os resultados do Concílio de Éfeso, que proclamou a “maternidade divina da Virgem Maria”, o Papa Sisto III em 440, mandou construir uma igreja. Mas queria que fosse grande, muito grande, daí o nome “Maior”, e escolheu o mesmo local onde fora construída a igreja indicada pela Virgem em sonho ao papa Libério. No dia 5 de agosto de 431, a nova igreja, que substituiu a anterior, foi consagrada, com o nome de basílica de “Santa Maria Maior”.
Fonte: A12 e Arquidiocese de São Paulo.