Quem já atravessou o Estreito de Messina, na Itália, já deve ter perguntado por que um dos ferry-boats traz o nome na proa: São Francisco de Paula. Há cinco séculos um frade muito magro pelos jejuns e longa viagem pediu em vão a todos os barqueiros o favor de o transportarem para o outro lado. Como todos se recusassem ele estendeu o seu velho manto sobre a água e velejou para o outro lado até o porto de Messina. O prodígio valeu ao frade a fama de milagroso e, no futuro, o título de santo padroeiro dos marinheiros. A vida toda desse grande santo está repleta de milagres. Viveu num ambiente de honrarias e ambições, mas não se corrompeu. Sua fama ultrapassou os Alpes e o próprio rei da França, Luís XI, exigiu que o papa lhe mandasse o santo calabrês para curá-lo de uma grave doença.
O humilde frade, avisado por um mensageiro do papa, saiu com destino a Paris. O soberano não queria morrer, mas o santo conseguiu reconciliá-lo com Deus e fazê-lo aceitar a morte. Antes de morrer, Luís o nomeou diretor espiritual do seu filho e sucessor, Carlos VIII.
Francisco nasceu na Calábria, na Itália, em 1416. Foi o mais jovem fundador de Ordem religiosa. Aos 13 anos vestiu o hábito franciscano, mas depois de dois anos já havia desaparecido. Após alguns anos um caçador o descobriu. A fama da santidade e dos milagres atraiu numerosos jovens desejosos de seguir seu exemplo. Fundou o mosteiro de Cosenza de São Francisco de Assis, os Mínimos.
Aos três votos de pobreza, castidade e obediência acrescentou um quarto, o do jejum quaresmal, da quarta-feira de cinzas até sábado santo: pão, peixe, verdura e água. As duras penitências não lhe abreviaram a vida: 91 anos. Morreu na sexta-feira santa, no dia 2 de abril de 1507. Foi canonizado em 1519, 12 anos depois de sua morte.
São Francisco de Paula, rogai por nós!
Fonte: Paulus.